A madrugada do dia 27 de janeiro não foi diferente de nenhuma outra. A Kiss, em Santa Maria, é exemplo disso: bebeu-se além da conta; namorados brigaram; a menina mais bonita da festa causou torcicolo em dezesseis caras; desconhecidos trocaram beijos; alguns, com sorte, conheceram a futura namorada e, como não podia deixar de ser, alguém precisou voltar carregado pelos amigos.
Todos, naturalmente, voltaram pra casa.
Como a televisão não cansa de mostrar, não foi dessa forma. Oxalá tivesse sido. Essa homenagem — miúda, mal escrita, mas sincera — fica para mais de duzentos corações jovens feito o meu, para mais de duzentos passos interrompidos nessa estradinha estranha a que alguém nomeou vida, enfim.
Estico estes meus braços magros na esperança de alongá-los pelos mil e quinhentos quilômetros que separam São Paulo de Santa Maria e ofertar um abraço a cada familiar, amigo, conhecido das vítimas. Como escreveu Carpinejar:
“Morri em Santa Maria hoje. Quem não morreu? Morri na Rua dos Andradas, 1925. Numa ladeira encrespada de fumaça.”
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É, não dá pra ficar sensacionalizando o fato. Ele já ocorreu e todo mundo sabe disso, a mídia não cansa de ficar jogando o sangue das vítimas na cara dos brasileiros. ara, todo mundo já sabe.
Gostei muito do seu texto, mostra o lado comum de toda festa, com problemas como toda outra. Parabéns!
Bonito, simples,sincero.
Parabéns, Nathan!