Excesso de bundões no anúncio revoltou os manezinhos da Ilha e envolvidos no evento

Os participantes de um congresso sobre sexo que acontece em Florianópolis, o Floripa ConSex, foram surpreendidos na manhã desta quarta-feira (19): um jornal local distribuiu um guia especial da cidade com destaque para as opções de turismo sexual. Até aí tudo bem, mas um anúncio na capa e outro ocupando toda a contracapa geraram muita polêmica. “A gente faz um trabalho sério e o pessoal mete dois anúncios enormes da FIFA, queimando o filme de todo um setor produtivo que paga altos impostos para o Brasil”, disse Paulo Jerebeira, dono de uma empresa que produz brinquedos sexuais, sobre a dona da Copa do Mundo.

O mal-estar entre os expositores do Floripa ConSex era visível, ganhando força com a chegada dos visitantes e da imprensa especializada. “Lutamos contra o preconceito, e agora temos que lidar com propaganda de uma entidade envolvida com suspeitas de corrupção”, explicou Luísa Tramonha, responsável por um site de fetiches com pés. Para ela, a associação de seu trabalho “que tem CNPJ e tudo” com a Copa do Mundo, que está sugando bilhões em dinheiro público, foi um grande equívoco do jornal. “Estudo pedir reparações caso a reputação do meu negócio seja prejudicada”, completou.

O caso acabou ganhando repercussão nas redes sociais, em que leitores do jornal se manifestaram com agressividade contra o caderno. “Conseguimos ficar de fora dessa Copa imperialista, daí vocês vão e ligam Florianópolis com a FIFA?”, questionou o assessor parlamentar Ernesto Noam. “Gostou do Jeróme Valcke? Leva pra casa!”, disse o aposentado Sélio Teprinhos, em referência ao secretário-geral da entidade. “Abri o jornal dessa manhã e tinha uma foto do Valcke! E se fosse meu filho procurando as tirinhas?”, reclama a dançarina Tiara Diana. “Trabalhadora do entretenimento adulto tem mais segurança que operário de estádio da Copa”, escreveu a também dançarina Karsiana Valahdão.

No início da tarde, a publicação divulgou um pedido de desculpas nas redes sociais, no qual afirma que o estagiário disse que um editor falou que o cara do comercial que cuida das publicidades jurava que o publicitário que vendeu a campanha prometia não ter ligações com a FIFA. Os leitores responderam em massa, mas os comentários não são publicáveis em um site de família como o Laranjas.