Após um mal entendido de 18 presos, 24 condenados recapturados, 1.540 pescoções e 519 pedras de crack apreendidas, a Polícia Militar de São Paulo entrou em acordo com os Direitos Humanos. As desavenças entre as partes começaram na última terça-feira quando homens fardados, apoiados por guardas civis, seguranças, porteiros e pastores oportunistas deram início à operação de ocupar a Cracolândia, Zona Central de São Paulo, a base de armas de efeito moral e algum carinho exacerbado.
“A polícia utilizou de violência, atirou com balas de borracha, bombas de efeito moral foram lançadas e alguns viciados foram internados involuntariamente, mas o fato, mano, é que isto tudo não passa de um treinamento para um fim louvável”, comemorou o líder dos Direitos Humanos no estado paulista, Mingau, um simpático cachorro da raça Yorkshire Terrier.
Em nota, a PM confirmou a reconciliação e informou que a ação faz parte de uma operação integrada com a Força Nacional, intitulada “Desbaratino do Poder”, com objetivo de dar jeito nos deputados federais e senadores que, eleitos em 2010, já almejam se candidatar às prefeituras, em 2012. Desbaratinar, na linguagem do usuário de droga, é o mesmo que sair ou evitar o efeito da droga (neste caso, o poder).
“Numa primeira fase, vamos ocupar o Congresso, revistar com requintes de crueldade todos os legisladores e encaminhar a uma sala especial aqueles excelentíssimos viciados em poder público. Depois estes usuários serão conduzidos a um tratamento de choque, com possibilidade de internação involuntária (autorizada por laudo médico). E como toda mega operação no Brasil tem que ter uma terceira fase, repetiremos a revista com requintes de crueldade”, resumiu o oficial-chefe de operações estratégicas das Forças Armadas, Guaianases Gusmões.
O deputado João Paulo Cunha (PT-SP), um dos réus no processo do mensalão e pré-candidato à Prefeitura de Osasco, está tranquilo quanto ao fracasso da tentativa. “Acredito que nada vai mudar. Talvez uma dispersão desesperada dos colegas por vários pontos do Congresso, algo que deve dificultar um pouco o tráfico de alianças políticas. Porém, a meu ver, este problema não tem solução”, zombou.
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