Centroavante Hulk pode ficar sem condição de jogo

As bundas brasileiras são de propriedade da FIFA até o final do ano. Pelo menos as bundas que estão na boca do povo. A entidade que organiza a Copa do Mundo registrou a palavra “bunda” no INPI (Instituto Nacional de Propriedade Industrial), garantindo exclusividade do uso do termo em território brasileiro. “As pessoas podem falar, mas não vão poder vestir, consumir, cheirar ou comer uma ‘bunda’, é apenas a questão da marca”, explicou o advogado da FIFA, o suíço Pierre Lamàche von Strautsmanhöffen.

Considerada, ao mesmo tempo, um patrimônio e uma paixão nacional, a bunda fica assim na berlinda. A FIFA garante que só quer se proteger em território brasileiro durante a organização da Copa, mas a exploração comercial da “bunda” fica carente de segurança jurídica. “Não podemos negar a grandes ícones brasileiros o direito de trabalhar. Como fica a Valesca Popozuda, por exemplo? Vai ter que trocar de nome?”, questionou o sociólogo Celso Rotoba, da ONG Brasileiros Unidos Nunca Devem Arrefecer.

Não se sabe exatamente o que a FIFA pretende fazer com a bunda até o final da Copa do Mundo, já que não há produtos ligados ao evento que usem esse nome. “É uma mera questão burocrática, todo mundo tem bunda e não precisa ter medo”, esclareceu von Strautsmanhöffen. Ele reitera que não há interesse em nenhuma “bunda” específica, mas sim na “bunda” enquanto conceito comercial. “Não vamos fazer nada contra o funk, o samba e outros gêneros que usem a bunda enquanto imagem, por exemplo”, completou.

As reações na internet foram da revolta ao bom humor. Desde montagens grosseiras no Facebook até um Tumblr em que as pessoas postavam fotos de suas bundas com os dizeres “Vai tomar no c*, FIFA” e “Minha bunda não está à venda”, a criatividade do brasileiro que se nega a entregar a bunda à entidade mais poderosa do futebol ficou evidente. “A conclusão mais óbvia que podemos chegar é que vai ter Copa, mas talvez não tenha bunda”, disse Rotoba.