Terça-feira, 23 de agosto de 2011

Supremo regulamenta a profissão de comunicólogo

Categorias: Imprensa

Lewandowski pergunta a Brito: "Que porra faz um comunicólogo?". "Sei lá. Tô cagando pra isso".

Foi aprovada nesta segunda-feira (22) pelo Supremo Tribunal Federal a lei que regulamenta a profissão de comunicólogo, em uma emocionante votação que terminou empatada e foi para os pênaltis. Na terceira cobrança do time contra a regulamentação, o ministro Gilmar Mendes tentou a enganadinha no goleiro, que ficou parado e defendeu. Em seguida, Celso de Melo deu uma bomba no ângulo esquerdo, decidindo a votação.

Os acadêmicos da parte de comunicação da Escola de Comunicação e Artes da USP assistiram ao vivo pela TV Justiça e comemoraram como se fosse um título de Copa do Mundo. “Isso vai ser muito importante para aproximar o comunicólogo da sociedade em geral”, afirma a comunicóloga Maria Lúcia von Reichenbach. Ela espera que com isso, os comunicólogos passem a ficar conhecidos, assim como os filósofos, psicólogos e sociólogos, por exemplo. “Pergunte a qualquer um na rua alguma citação de um cientista da comunicação. A pessoa não vai saber. Agora, todo mundo sabe direitinho o que dizia Freud, Marx, e até o Focault”, lamenta Reichenbach.

Estudantes de jornalismo da USP também gostaram da decisão. “É muito chato apurar matérias, entrevistar pessoas e depois escrever tudo. Prefiro bem mais escrever ensaios e artigos”, conta Lúcio Vieira, graduando da 3ª fase e bolsista do CNPq. Ele sonha que, agora que a sua futura profissão está regulamentada, a própria mídia venha lançar mão dos comunicólogos: “Todas as matérias da Veja têm declarações de sociólogos, psicólogos, economista. Pode apostar que a partir de agora teremos também a versão dos comunicólogos”.

No texto da lei, fica exposto que a função do comunicólogo é: escrever artigos, ensaios, resenhas, monografias, relatórios de pesquisa, teses e dissertações; monitorar tudo aquilo que a mídia comercial faz e depois escrever todas as conclusões óbvias de forma prolixa e hermética; fazer viagens ao exterior para representar o Brasil em congressos; atualizar constantemente a página do Lattes; mamar nas tetas dos fundos de pesquisa, tanto do governo quanto de instituições privadas; dar aulas.

Em nota oficial, o Ministério da Educação afirmou que aguardava essa decisão para mudar o nome de mais de 100 cursos de jornalismo no Brasil para Comunicação Social. “No passado, ocorreu o inverso, o que foi um erro. O país possui muitos jornalistas e poucos cientistas da comunicação”.

 

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