Líder da torcida garantiu que todos irão voltar ao presídio depois do jogo

A secretária da Justiça e da Defesa da Cidadania de São Paulo, Eloisa de Souza Arruda, decidiu conceder um indulto especial aos torcedores corintianos do sistema prisional do estado no fim-de-semana passado, devido à ultima rodada do Campeonato Brasileiro. O Corinthians levou o título após o empate com o rival Palmeiras, no Pacaembu por 0 a 0. A medida, que provocou divergência, levou às ruas de São Paulo 96% de sua população carcerária.

“Não podíamos alijar essas pessoas do grande momento da vida delas, que é ver o Corinthians campeão, afinal também são seres humanos”, disse Eloisa, ressaltando a excepcionalidade do acontecimento. De acordo com a secretária, se fosse uma final de Libertadores, até os pontos de venda de drogas teriam que declarar ponto facultativo. “Mas a gente sabe que isso não vai acontecer nunca né?”, diverte-se.

Por outro lado, o jurista Carlos Turiassú aponta que a ação foi uma temeridade. “Claro, quase todos os presos, não só em São Paulo como em todo o Brasil, são gambás, mas o cuidado tem que ser redobrado”, afirma. Para Turiassú, a medida perdeu o sentido após o lançamento de um plano de pay-per-view da Net voltado para corintianos, o CarandiGol, acessível em todas as penitenciárias do país.

O representante do Sindicato dos Comerciários de São Paulo, Pedro Juvenal, fez acusações ao governo. “Eles queriam se livrar de rebeliões nos presídios depois do jogo, com a conquista”, afirmou enfático. Perguntado se chegou a presenciar arrastões nas lojas, Juvenal tomou um gole de uísque e disse que “pra isso não precisa de indulto, meu filho, corintiano se reproduz que nem rato na sede da CBF”.

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