Canetada da Princesa Dona Isabel é um marco de civilidade para o Brasil
RIO DE JANEIRO, 1888 – Começa a valer a partir desta quinta-feira (4) a Proposta de Emenda à Constituição (PEC) que extingue o trabalho escravo no Brasil. Assinada pela princesa Isabel, a chamada PEC da Escravidão promete impactar diretamente no bolso do produtor brasileiro, desde o pequeno agricultor até o grande latifundiário. Por isso o LARANJAS procurou especialistas para calcular o impacto que esta nova lei vai ter no bolso do cidadão escravocrata.
O economista da Fundação José Bonifácio (FJB) afirma que trabalhadores contratados são mais caros que escravos. “Com apenas dois negros e um feitor dá pra fazer o trabalho de cinco colonos”, afirmou. Supondo que cada escravo custe 400 contos de réis, e o salário mensal de um feitor seja em média 30 contos de réis, em cinco anos de vida sob trabalho intenso e chibatadas, o produtor vai gastar 2600 contos de réis. Pagando os mesmos 30 contos de réis de salário para cinco imigrantes italianos, no mesmo período o gasto vai ser de 9000 contos de réis.
“Fora o gasto em dinheiro, há um expressivo aumento no custo com alimentação e acomodações”, declarou o presidente da Companhia Brasileira de Café, Ataulfo Albuquerque Melo. “Essa PEC vai colocar um monte de gente na rua, milhares de desocupados que poderiam estar trabalhando”
A nova lei surgiu em um momento de pressão internacional. O Império Brasileiro é o último país no mundo a abolir de vez a escravidão. “Na Europa, por exemplo, há anos o patrão não se importa de botar a mão no bolso e pagar decentemente um trabalhador”, explicou o ministro da agricultura, conselheiro Rodrigo Augusto da Silva, que também assinou o documento.
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