Após um final de semana pouco producente, os manifestantes do movimento Black Bloc divulgaram uma nota no início da noite de domingo (15) apresentando o expediente de manifestações programadas durante a Copa do Mundo. “Todos os integrantes deverão bater ponto às 8h30 na Paulista e sair um pouco antes do meio-dia, para dar tempo de combinar a estratégia política e preparar a salada de maionese”, revela Carlos Ubber, integrante do movimento e ativista aposentado.
Uma das razões é a falta de mídia cobrindo as reivindicações e a impossibilidade de conseguir fazer o supermercado. “Já não basta andar de máscara preta o dia inteiro, ainda temos que enfrentar a falta de cerveja qualificada, assim como o excesso de amendoim com casca nos mercados”, esbraveja Vitor Hugo, estudante de filosofia que não conseguiu ingresso para a Copa. “Teve até um inglês fantasiado de cavaleiro medieval que confundiu Skol com Itaipava. Coitado!”
A gerência de RH dos Black Blocs também informa que, caso haja indícios de uso da camisa da Seleção Brasileira durante o expediente de manifestações, será necessário justificar o ponto de trabalho, já que o manifestante estará torcendo a favor, e não contra o país. “Protesto a favor só se for para homenagear o Mujica e pedir a legalização das drogas” – mostra um dos trechos do regulamento. Vaias, xingamentos e pedidos de ingressos cortesia a autoridades políticas também estão proibidos.
Em casos de vitória do Brasil, como na partida de estreia, o movimento deverá seguir o ritmo do Olodum – que não parou desde o carnaval – e, em contato com a imprensa, somente emitir opinião quando entrevistados pelo repórter Márcio Canuto. Para o especialista em direito alternativo Roger Tralli, os manifestantes, segundo a Constituição Brasileira, têm o direito de reivindicar os gastos com o dinheiro público e os excessos políticos dos representantes democráticos no país. “No entanto, parece que quem disse que não iria ter Copa está agora comprando a cerveja que a Granja Comari fermentou”, completa.