"Deu zebra!" No que todos achavam que ele tava limpo...

Após romper com o bicheiro Carlinhos Cachoeira publicando gravações que revelaram as relações financeiras com o senador Demóstenes Torres, a Veja resolveu reatar com a fonte para conseguir novas pautas. Para isso instituirá o anúncio oficial do jogo do bicho na revista. “Se Borjalo ainda estivesse vivo, pediríamos para desenhar uma réplica da Zebrinha do Fantástico, mas com o animal mais sorteado da semana”, conta Policarpo Jr., redator-chefe e idealizador do novo projeto para a semanal.

Ainda não foi decidida a forma de pagamento para o ganhador. A moeda atual vigente no jogo é a Demólares, que pela cotação cambial equivale aproximadamente a 3,5 falsificações de real. Apesar de ser considerado contravenção, o jogo é tão institucionalizado para o brasileiro como a sonegação de imposto. Segundo o historiador Câmara Cascudo, na obra Dicionário do folclore brasileiro, no único trecho compreensível para um leitor comum, o jogo é um “Vício irresistível, (…)contra ele a repressão policial apenas multiplica a clandestinidade. O jogo do bicho é invencível. Está, como dizem os viciados, na massa do sangue”.

A opositora Carta Capital, liderada pelo jornalista Mino Carta, não acredita em invencibilidade e apresentará a concorrência com o Jogo dos Ministros. Coincidentemente, terá 24 ministros do governo para os leitores apostarem. O do bicho tem um só a mais, no caso, faltaria o burro que nesta versão é representado pela população que sustenta financeiramente os ministérios. Aquele que cair durante a semana será o escolhido para uma entrevista exclusiva. “Criaremos uma união entre jornalismo e loteria. Comprar a revista terá uma dupla utilidade: ver a entrevista do apostado será a garantia de informações oficiais e dinheiro no bolso” , afirma Carta, que promete vencer em assinaturas a Veja depois da oficialização do Jogo. Menos em Goiás.

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