Quarta-feira, 18 de setembro de 2013

Repressão à cantada ameaça setor da construção civil

Categorias: Economia

O patriarcado opressor está com os dias contados

Uma recente pesquisa que afirma que 83% das mulheres não toleram ouvir “fiu fiu” está preocupando empresários e o próprio Governo Federal, representantes de um setor que cresce acima do PIB. Para eles, a repressão às cantadas ameaça a construção civil brasileira. “Junto com o crack, a cantada é a maior válvula de escape dos proletários da construção, os pedreiros. Sem ela, acaba a mão de obra”, concluiu um estudo realizado pela Confederação Nacional da Construção Civil (CNCC).

Empresários e lideranças da gestão Dilma Rousseff estão reunidos nesta semana em Brasília para discutir o assunto. Os resultados da pesquisa “Chega de Fiu Fiu” são mais um argumento da luta feminista contra o assédio, a opressão e a violência moral cotidianos contra as mulheres. A preocupação dos representantes do setor é que isso se transforme em repressão sistemática à cantada, a criminalização propriamente dita do galanteio desprovido de intimidade.

Um dos realizadores do estudo da CNCC, o sociólogo marxchista José Carlos Bordoada é enfático em relação à importância da cantada. “A cantada de pedreiro é a manifestação mais democrática do Brasil. Eles não deixam ninguém de fora: mulheres feias, bonitas, magras, gordas, altas, baixas, velhas, novas e até homens vestidos de mulher.”

Com a proibição do assédio oral, o trabalhador que não for preso, pedirá demissão, aposentadoria ou até mesmo cometerá suicídio. “Construções serão abandonadas pela metade, prédios que necessitam de reformas ruirão. Voltaremos à era da taipa”, conclui Bordoada. “As mulheres deveriam se preocupar com coisas mais graves, como o crescimento descontrolado da viadagem no Brasil.”

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