Foi em um momento de extremo desconforto que um Exército de rabo de cavalo, óculos escuros de aviador e jaqueta de couro afirmou que não queria “esse tipo de responsabilidade” com grande parcela da população brasileira e que, apesar de gostar muito deles, não poderia se comprometer com uma intervenção militar. As Forças Armadas se defenderam dizendo que curtiam muito o lance que estava rolando, mas que era pra ser algo mais casual, sem essa cobrança toda, já que saíram de uma ditadura há menos de 30 anos.
“Não são vocês, somos nós”, afirmaram os militares, em um jantar a luz de tochas e ancinhos, regado a lagosta, caviar e foie gras em concentração no vão do Masp, em São Paulo. “Acho que apenas não estamos no mesmo momento deste relacionamento, queremos coisas diferente. Mas vocês são ótimos e tenho certeza de que encontrarão forças reacionárias que os mereçam muito mais que a gente”, disseram.
A população inconsolável chorava copiosamete após planejar uma noite especial com champanhe e violinos, na qual colocou no fundo da primeira taça de espumante aquele sonhado pedido por uma ação mais efusiva do Exército em relação ao governo. “Eu não entendo, eu não entendo”, lamentava-se. “Ele dava sinais de que estava feliz, de que juntos seríamos felizes, de que queria o próximo passo. Achei que seria algo para sempre, sabe. O que que aquele Brasil de 1964 tem que nós não temos?”, reclamou.
A situação atingiu o ápice quando o Exército, visivelmente embaraçado, sugeriu que aquilo que não precisava ser o fim, que ele continuaria gostando para sempre da população brasileira, mas que, talvez, fosse a hora para ambos começarem a ver outras pessoas. Uma reportagem apresentada pelo site Ego, na semana passada, mostrou as Forças Armadas atravessando uma rua no Leblon acompanhadas de uma mulher gorducha e dentuça não identificada, vestida de vermelho. A instituição nega, no entanto, ser adepta do poliamor. “Isso aí é desculpa de esquerdinha de boina e camiseta vermelha para deixar a mulher pegar geral por aí enquanto fica num canto tomando guaraná”, afirmou.