A Câmara Municipal de Florianópolis ganhou mais uma polêmica na sessão da quinta-feira – cortesia, novamente, do vereador Paraguaçu Sucupira, do PQP. Ele ocupou a tribuna por oito minutos para defender que a prefeitura banque acompanhamento psicológico para machistas não assumidos. “Vejam bem, não se trata de uma ‘Cura Machista’, é apenas uma oportunidade para a família da pessoa lidar com o problema”, disse Sicupira, para incredulidade dos colegas no plenário.
De acordo com o edil, quem já se assumiu como machista não é o alvo do projeto de lei. “O cara que já trata mal a mulher abertamente, humilhando na frente dos filhos e vizinhos, está fora”, esclareceu. Para ele, o foco são aqueles homens que têm valores ultrapassados e acabam escondendo-os das pessoas amadas. “Uma hora o cara estoura e manda a mulher ir pro tanque lavar a roupa suja, porque secretamente acha que é o lugar dela, ou para a pia”, completou.
Sucupira insiste que ele não quer curar machistas, mas apenas que tenham apoio de psicólogos para sair da caverna. “Se o cara quer odiar ou desprezar mulher, problema é dele, o que não pode é ele reprimir esses sentimentos por vergonha ou medo de sofrer preconceito”, bradou o vereador, na tribuna. Para ele, a sociedade precisa aceitar todo tipo de comportamento.
O projeto deve ser protocolado na semana que vem, mas já enfrenta resistência dos outros vereadores. Para Jesuíno Mendonça (PNC), único machista assumido da câmara, a proposta não passa de uma provocação direta a ele. “É duro ser, entre 23 homens nesta casa, o único que tem coragem de se expor”, disse. “Tem mais, viu? Pode acreditar”, completou.