
“Pode trabalhar tranquilo, meu querido!”
O processo de impeachment da presidente Dilma Rousseff, que teria votação na Câmara dos Deputados neste domingo (17), acaba de ser suspenso por ao menos dois anos. A razão não é nenhum acordo político ou ação movida no Supremo Tribunal Federal, mas sim a eleição de Dilma para a CIPA (Comissão Interna de Prevenção de Acidentes) do Palácio do Planalto, o que lhe dá estabilidade no emprego até abril de 2018.
“Eu coloquei meu nome à disposição, democraticamente, e fui escolhida pelos funcionários para este importante trabalho, não tem nada a ver com o impeachment”, disse Dilma, que já marcou a primeira reunião da CIPA para segunda-feira. Ela disse que não teme reações da oposição e de ex-aliados, como o PMDB, que abandonaram seu governo recentemente. “Na CIPA não tem espaço pra golpe”, garantiu.
Com o cancelamento do impeachment, a presidente deve conciliar as agendas já a partir da semana que vem. Ela pretende convidar outros membros da CIPA para integrar também seu ministério, bastante desfalcado pelas deserções após a crise política. “A missão tanto do meu governo quanto da CIPA é ajudar os trabalhadores e garantir direitos, então eu vejo isso como uma coisa natural”, explicou Dilma Rousseff.
Momentos depois de serem informados da mudança de rumos do impeachment, o deputado Eduardo Cunha (PMDB-RJ) e o senador Renan Calheiros (PMDB-AL) acionaram seus assessores para saber quando será a próxima eleição da CIPA do Congresso Nacional. O ex-presidente Lula também se ofereceu para consultorias e palestras, usando sua experiência como sindicalista. Já o ex-presidente Fernando Collor está indignado por não ter pensado nisso em 1992.