Com as recentes polêmicas sobre as piadas de Danilo Gentili relacionando o apagão à situação do nordeste brasileiro, a presidente Dilma Rousseff anunciou nesta quarta-feira (4) o programa Mais Humoristas. A proposta é contratar comediantes cubanos para trabalhar nos locais onde há mais carência deste tipo de profissional, como nos rincões do país e principalmente na rua Augusta. O anúncio já gerou controvérsias com a classe humorística brasileira, que defende que o problema não é falta de humoristas, mas as condições de trabalho precárias.
“Cês têm que entender que o humor tem limites. Não dá pra fazer piada com os oprimidos, mas com os opressores. Estes, no caso, os Estados Unidos e o sistema capitalista”, disse a presidente. Na primeira etapa do programa, 10 mil humoristas cubanos irão desembarcar no país. “Todos sabem que a revolução cubana erradicou a pobreza, o analfabetismo, melhorou a saúde pública e o bom humor da população. É um exemplo para o país.”
Aos trabalhadores estrangeiros será oferecido um curso de adaptação com dois meses de duração. As aulas serão ministradas pelos principais definidores dos limites do humor no Brasil como Marcos Mion, Laerte, Caetano Veloso e outros que já foram mais engraçados antigamente. “Vamos mostrar que é possível fazer humor do bem, sem ofender ninguém”, afirmou um dos professores, Alex Castro, o mesmo cara que escreveu a carta aberta aos humoristas.
POLÊMICA – As entidades que representam os profissionais do humor no Brasil já se manifestaram contrários à medida. O Conselho Federal de Comédia (CFC) afirmou que o problema do país é a falta de estrutura para trabalhar. “Ninguém mais compra publicações impressas, TVs pagas estão fechando, a Globo não dá liberdade para criação e o Fábio Porchat já monopolizou a internet.”