Quinta-feira, 25 de setembro de 2014

Pela 236ª vez, Brasil é pego de surpresa por morte ligada a torcidas organizadas

Categorias: Esportes
Morte de avaiano na BR-101

Quem poderia prever?

O Brasil amanheceu de luto nesta quarta-feira (24), após ser pego de surpresa pela 236ª morte ligada a conflitos do futebol. Um torcedor do Avaí, de 27 anos, foi morto ao ser atingido por uma pedrada dentro do ônibus no qual voltava de Curitiba para Florianópolis, após assistir a partida de seu time contra o Paraná Clube. Câmeras flagraram a ação de um grupo organizado em dois carros, cujos membros atiraram pedras de cima de um viaduto. “A tragédia aconteceu na BR-101, rodovia que já foi palco de outras mortes envolvendo torcedores de times catarinenses, mas não é algo que poderíamos prever, né?”, questionou um dirigente, que pediu para não ser identificado.

A violência das imagens reproduzidas na televisão e na internet chocou o país, mostrando em detalhes a ação dos assassinos. “Talvez se tivessem filmado aquele caso em que uma privada atirada da arquibancada em Recife matou uma pessoa que passava na rua, a gente poderia estar preparado para uma morte envolvendo torcidas, mas não rolou”, disse um rapaz usando a camisa de uma torcida organizada, embora garanta que não seja membro. “É uma forma de mostrar amor pelo meu clube, que trabalha ativamente para impedir que tragédias assim se repitam depois que voltam a acontecer”, explicou o jovem, que pediu para não ser identificado.

Um comentarista esportivo ouvido pela reportagem do Laranjas também se disse surpreendido com a brutalidade do ato. “Como eu sempre digo, as organizadas fazem uma festa bonita, motivam o time a jogar melhor, mas tem uns poucos que estragam tudo”, opinou. Para ele, a prisão desses indivíduos é necessária para que sirva de exemplo aos outros jovens filiados às organizações. “As organizadas carregam os times nas costas muitas vezes, são pessoas fundamentais para o futebol brasileiro, não podem ser prejudicadas mais de 230 vezes por pessoas que não são do bem em seus quadros”, concluiu o cronista, que pediu para não ser identificado.

A Justiça brasileira está trabalhando duro para evitar novas surpresas, ou pelo menos para evitar que elas cheguem a um total de 250 até o final do ano. “Olha, os processos estão sendo levados adiante, mas é muito difícil identificar com precisão os autores desse crimes horríveis envolvendo torcidas organizadas”, disse um juiz que trabalha no único país do mundo em que esses crimes acontecem ao menos uma vez por mês. “Não é como se essas pessoas fossem fáceis de ser identificadas, já que frequentam espaços abertos com mais de 20 câmeras de televisão e outras 50 de monitoramento de segurança, como são os estádios, vestidos com uniformes que os identificam como pertencentes a determinadas facções”, argumentou o magistrado, que pediu para não ser identificado.

A reportagem do Laranjas tentou entrar em contato com algum representante da justiça desportiva, mas pensou bem e concluiu que não ia adiantar de nada.

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