A prefeitura de Florianópolis divulgou nesta semana a lista de empresas aprovadas para participarem da nova licitação do Mercado Público. A maior surpresa ficou por conta do novo mix de lojas proposto pela administração municipal: além das tradicionais peixarias e lojas de produtos típicos, como tênis e eletrônicos de procedência questionável, estão reservados espaços para um coffee shop, um beach club e uma balada gay.
“Nossa intenção é reforçar o posicionamento de Florianópolis como cidade universitária, trazendo os estudantes da UFSC para o Centro”, explicou Cantuário Novotempo, diretor da SUSP. Para ele, a elite intelectual precisa ser atraída e, com as novas opções, os jovens universitários terão outros motivos para visitar o Centro além de desbloquear os chip de seus iPhones. “Bar caindo aos pedaços e balada sertaneja já tinha, só estamos dando mais”, completou.
De acordo com Novotempo, as novas opções são frutos de um estudo fracassado que buscou montar o perfil médio do estudante da UFSC. “É impossível, você está num lugar cheio de bonecas perfumadas falando de sexo, anda 200 metros e se vê no meio de maltrapilhos também falando de sexo, mas com uma abordagem totalmente diversa”. Foi decidido, então, contemplar o maior número de centros possível.
Diversidade – Com a balada gay, a direção do Mercado Público espera atingir diretamente os estudantes de ciências humanas e os enrustidos das engenharias, da saúde e de direito, entre outros. “Com o beach club, o raciocínio é inverso, queremos o pessoal das engenharias, saúde e direito e também os enrustidos da humanas que pregam o socialismo mas não podem ver uma taça de plástico de espumante que piram!”, completou Novotempo. Já o coffee shop atende a todos os centros, indiscriminadamente e sem preconceito.
O presidente do DCE, Ernesto Noam, aluno do oitavo ano de Geografia, achou a iniciativa preconceituosa. “Acreditamos que a estereotipização do estudante universitário não contribui para a afirmação do movimento dentro da sociedade, portanto protestamos contra a proposta elitista e burguesa desta prefeitura aliada aos interesses do Capital e da mídia fascista”, disse. Já aquele rapaz vestido de linguiça na frente do CTC apenas arrotou e disse que “tá de boa”.
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